Durante a primeira exumação de meu túmulo, ouvi sussurrarem que meu coração ainda estava vivo. Compensaram minha resistência sensorial com um espanto conformado: meu resto todo apodrecera úmido no caixão, e enterraram tudo outra vez.
Naquela noite, chovi sangue sobre os examinadores do mundo.
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Na segunda exumação, meu coração já estava cumprido. Antes de me abandonarem para sempre, enfeitaram-se com meu ouro.
Aliviados, os curiosos brilharam...
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A terceira exumação teria sido uma surpresa para todos: sem nenhum vestígio de vida, eu não estava mais morto!